Maria Leticia de Paula Costa Ferreira- Recife-PE-Brasil




Fruto de Medjugorje

 
Outubro de 2010. Depois de tantos desencontros, depois de tantos obstáculos, estava eu em Medjugorje.  O que me levou a Medjugorge?- O desespero, e, num paradoxo, a esperança.
 
Já havia feito peregrinações a lugares lindos. A todos eles fui peregrinando e passeando, em excursões.  Com Medjugorje foi diferente.
 
Medjugorje, um lugar tão longe, muito longe. Já ouvira tantas vezes falar: de verdadeiras transformações, conversões que lá aconteciam.  Medjugorje, um lugar de paz rodeado de tantas guerras. Assim eu o sabia.  Medjugorje, UM LUGAR QUE JÁ EXISTIA DENTRO DE MIM, SEM NEM MESMO EU SABER.
 
Sentia um desejo muito grande de conhecer esse pedaço de aldeia, entre pedras, sem nenhum conforto material. A primeira vez que ouvi falar de Medjugorje, o que me disseram é que lá não havia pensão, mas, casas de moradores do lugar que eram as hospedagens, que para chegar tinhamos que passar pela polícia do lugar que colocava  todo tipo de dificuldades, e outras coisas mais... Esse lugar me enchia de curiosidade, de atração, principalmente porque eu sabia que ali Maria, a Mãe de Jesus, aparecia ainda hoje.  Sempre desejei, mas sempre foi muito difícil. As viagens eram raras, não havia excursões para lá. Eu não sabia falar aquele idioma.    
 
Em 2010, mas precisamente em setembro, quando tudo parecia desmoronar ao meu redor, meu coração cheio de esperaça, gritava: Medjugorje urgente.  E, foi assim, que mesmo com toda a dificuldade, com tudo parecendo não contribuir para que eu lá chegasse, em outubro Medjugorje era uma realidade concreta, eu estava lá. 
 
Um padre amigo e meu orientador espiritual que muito me incentivou a ir a Medjugorje, ao saber da minha dificuldade de conseguir um grupo, uma excursão para ir, disse-me assim: “Vá, sem medo. E, se não tiver grupo talvez seja até melhor. Em Medjugorje quem lhe conduz é Nossa Senhora”.   Porém, mesmo assim, tive medo. 
 
Tive medo de ir sem um grupo porque eu não ia sozinha, levava também meus filhos e meu marido, pessoas que, a princípio não acreditavam muito naquela minha “loucura”. O único idioma que eu sabia falar e pouco era o italiano. Então, eu nao podia arriscar que nada de errado acontecesse com eles. Procurei uma agência em São Paulo, através da Internet.  Fiquei  sabendo que um  grupo de São Paulo e Minas Gerais estaria indo para lá. Ficou combinado que nos encontraríamos com o grupo lá mesmo em Medjugorje, pois eles iam fazer um percurso diferente do meu, mas chegaríamos à Bósnia no mesmo dia.   
 
Em Split, conforme combinado, havia um transporte me esperando.  Ao chegar ao hotel, fui informada de que o dono da agência havia telefonado para avisar de nossa chegada e também para informar que o grupo havia tido um problema com o vôo e não chegaria naquele dia.  A dona do hotel falava italiano e me informou dos horários de missa e adoração.  No mesmo dia já comecei minha programação. 
 
No dia seguinte, mais uma vez, o dono da agência entrou em contato com o hotel para saber como tudo estava conosco e para avisar que não chegaria naquele dia por problemas no aeroporto.   
 
O grupo chegou dois dias depois.  Um grupo bom, com o qual eu me encontrava nas horas das refeições. Conheci pessoas interessantes, mas daquele grupo eu não fazia mais parte. Andava pelos caminhos da Rainha da Paz, em meio a uma multidão de peregrinos de vários países. E, hoje, tenho certeza de que não faltaram anjos no meu caminho.
 
Diante dessa situação, dentro do meu coração as palavras do padre estavam sendo confirmadas e quem estava me guiando ali não era grupo nenhum, mas Nossa Senhora. Era a própria anfitriã daquele pedaço de chão quem me conduzia. Um chão que eu ainda voltaria a pisar algumas ou muitas vezes. Isso não faria mais parte de minha vontade. A partir dali a ordem seria essa: Maria chama, eu vou. Disso eu não sabia ainda.        
 
A princípio estava cheia de esperança e, pela primeira vez, visitava um Santuário em busca do milagre, coisa que não era comum em mim.  Nunca fui a Santuário nenhum em busca de milagres. Mas, ali, eu estava com meu coração ferido demais e não procurava outra coisa. No meu íntimo, a cada dia eu pensava que a situação que tinha me levado ali ia ser solucionada. Isso gerou um conflito muito grande porque não via nada acontecer. As pessoas falavam que viram isso e aquilo, que uma pessoa tinha sido curada milagrosamente, que outra se convertera de uma forma espantosa, que tinham visto o sol  de formas diferentes,  sinais no céu. E, no entanto, eu nada via.  E duvidei. E me debati  com todo o meu sofrimento.  
 
Medjugorje tinha se transformado para mim num lugar de grandes lutas.
 
ENQUANTO TUDO QUE EU HAVIA ESPERADO NÃO ACONTECIA,  DENTRO DE MIM ALGUMA COISA IA MUDANDO, SEM QUE EU PERCEBESSE.  NAQUELES DIAS NÃO ME DEI CONTA DOS SINAIS, e, NO ENTANTO, AS MARCAS DESSES SINAIS NÃO DESAPARECERIAM MAIS DO MEU CORAÇÃO. 
 
Subi a colina das aparições, o Podbrdo, algumas vezes. Subi o Krizevac .  Era a primeira de muitas das vezes que ainda subiria. E, nada acontecia, aparentemente. 
 
Dentro de mim, fui me esvaziando de tudo aquilo que eu tinha levado: as minhas dores, cores, carinhos, flores, espinhos. Tudo isso fui deixando durante a subida, pelas pedras. 
 
Conheci pessoas simples, leigas, e aprendi muito com elas. Conheci a desilusão também. E, quando a gente se desilude, então aí éque se abre espaço para o essencial.  O essencial estava por entre as pedras.
 
Por entre as pedras da colina e do Krizevac muito aprendi: Aprendi ajudando outros a subirem. Aprendi sendo ajudada também. Aprendi que não se chega sozinho e que eu também estava ali no meio de tantos outros caminhantes. Que todos queriam chegar, mesmo que cada um ali procurasse seu proprio caminho, por entre as pedras. 
 
Não existia um caminho traçado, mas existiam mãos que se ajudavam. Não existia uma seta indicando por onde subir, cada uma ia como achava melhor e o melhor era poder chegar lá em cima, e sentir-se abraçados pela Mãe.   Não existia um idioma, mas vários, misturados, numa mistura feita de amor. Porque, afinal, no mais íntimo de cada pessoa, o que se busca senão o amor?
 
E, o que melhor traduz amor, senão mãos que, mesmo desconhecidas, se unem para chegarem a Paz?  Ali, aos pés da RAINHA DA PAZ.  
 
O milagre que eu busquei talvez não tenha acontecido. Talvez esteja acontecendo, talvez aconteça ou não aconteça nunca. MAS, O QUE EU NÃO BUSQUEI ESTE SIM, ACONTECEU: COMPREENDI QUE POR ENTRE PEDRAS MARIA FOI ME ENSINANDO e, MESMO SEM QUE EU PERCEBESSE ELA ME ABRAÇOU,  e, MESMO QUE EU NÃO SEJA CAPAZ DE COMPREENDER  OS MISTÉRIOS,  MESMO QUE SE FAÇA ESCURIDÃO,  PERCEBO QUE   É NA SIMPLICIDADE DO ABANDONO QUE DEUS SE APRESENTA. 
 
COMPREENDI QUE, NO ESVAZIAMENTO DE NÓS MESMOS, SOMOS PREENCHIDOS PELO ESSENCIAL E SÓ ENTÃO MARIA, EM SUA HUMILDADE, NOS CONDUZ COMO SEUS “QUERIDOS FILHOS”, POIS ELA NOS CONVIDA, NÃO OBRIGA.
 
COMPREENDI QUE NO DESPRENDIMENTO DE NOSSAS PRETENSÕES, QUANDO DEPOMOS NOSSAS ILUSÕES, MARIA   SE APRESENTA,  COMO HUMILDE SERVA DO SENHOR E ILUMINA O CAMINHO COMO QUE A DIZER “FAZEI TUDO QUE ELE VOS DISSER”.  O CAMINHO DA RAINHA DA PAZ É A PAZ E A PAZ É JESUS.
 
PARA MIM, PENSO QUE É ASSIM QUE MEDJUGORJE ACONTECE. E, SÓ ASSIM MEDJUGORJE FICA INCRUSTADA DENTRO DE NÓS, para que, AINDA QUE DOLORIDOS, POSSAMOS SER LUZ NO MUNDO. 
 
Voltei para Brasil, sem ilusões,  cansada pelo combate espiritual,  mas,  a lembrança da subida na colina das Aparições estava guardada  no meu coração.
 
Percebi  isso quando um dia, em oração, conversando com Maria, fiz a seguinte canção: 
 

 
 
 
 
Maria Leticia de Paula Costa Ferreira- Recife-PE-Brasil.     
 

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