A mensagem de Novembro é muito densa. Nossa Senhora fala aos Seus filhos no último Domingo do Ano Litúrgico, na solenidade de Cristo Rei, com o Advento já no horizonte. Embora todo tempo seja tempo de graça, Nossa Senhora, ao dirigir-nos um convite-apelo tão forte neste tempo de graça, quer exortar-nos a viver com seriedade o Advento.
Trata-se de um tempo muito curto – quatro semanas apenas – marcado pela esperança e pela alegria. Um tempo mariano por excelência, em que o tom é dado pela solenidade da Imaculada. Mas é também um tempo de muitas tentações… Apesar da “crise” de que tanto se fala, os apelos ao consumo são imensos, fazendo querer que o Natal depende dos presentes que se trocam, do recheio da mesa da consoada, da família que se reúne. Um ou outro gesto solidário, fica sempre bem para “abrilhantar” o Natal pagão.
Tal como a Palavra que a Igreja escuta neste tempo de preparação para o Natal de Cristo, a mensagem de Nossa Senhora é um convite a
irmos por outro caminho. Ela quer que aceitemos no nosso coração o Seu chamamento que Ela condensa em três palavras:
oração, confissão – “santa Confissão”, diz a Mãe – e santidade. Curiosamente, a insistência não a põe no esforço que devemos fazer “neste tempo de graça” para rezarmos mais e com mais fervor, para nos organizarmos nestes dias que passam a correr a fim de encontrarmos um confessor (tarefa que nem sempre é fácil, convenhamos…) e para sermos mais santos, isto é, termos um comportamento moral mais condizente, cometendo menos excessos e, até, fazendo alguma mortificação.
Nada disso, não são os nossos esforços que fazem deste tempo um tempo de graça.… este tempo é tempo de graça porque, de graça, Deus quer que experimentemos a Sua presença e nos regeneremos com o perdão dos nossos pecados. E não pelos nossos méritos, mas porque Ele não desiste de nós, vem ao nosso encontro humanando-Se na Pessoa do Filho, a fim de que, regenerados pela graça, possamos realizar o nosso destino: participar da Sua santidade.
A Mãe do Céu está bem atenta aos Seus filhos que peregrinam no mundo sujeitos a não poucas tentações terrenas… Está connosco para que não embarquemos nos apelos que o mundo faz e que, inevitavelmente, nos conduzirão ao abismo do pecado. Está connosco, protege-nos e quer ensinar-nos a confiar a nossa vida, o nosso tempo, o nosso coração Àquele que é o Senhor da vida e do tempo.
Em dia de Cristo-Rei, a nossa Mãe e Rainha quer propor-nos a submissão a Cristo: Dai-Lhe o vosso tempo e Ele dar-se-á a vós… Ó admirável comércio! Se nos entregarmos confiadamente a Deus, submetendo-nos à Verdade que liberta, Ele nos fará descobrir o Amor e a alegria de viver.