Abençoo-vos com a Minha bênção maternal… que grande consolação é a bênção de Nossa Senhora e como nós precisamos dela! Vale a pena recordar duas afirmações de São Paulo, uma na Carta aos Efésios, outra na Carta aos Romanos: «Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou do alto dos céus, com toda a bênção espiritual em Cristo» (Ef 1,3); «E sei que, indo ter convosco, irei com a plenitude da bênção de Cristo» (Rm 15,29). Para o Apóstolo é claro que a bênção de Deus se fez homem no Senhor Jesus. O Emanuel é a grande bênção! Por isso, quando anunciava o Evangelho, São Paulo tinha a consciência de estar a derramar sobre aqueles que escutavam a Palavra, a verdadeira bênção.
A bênção de Deus fez-Se carne no seio virginal de Maria. Por Ela nos veio a bênção. A bênção maternal de Maria, é Jesus!
Na véspera de ser conhecida a mensagem de Abril, os inúmeros followers do Papa Francisco receberem este tweet: «Maria é a mulher do “Sim”. Maria, fazei-nos conhecer cada vez melhor a voz de Jesus e ajudai-nos a segui-la!». Maria dá-nos a bênção!, poderia dizer o Santo Padre. O Papa Francisco pediu a bênção e Nossa Senhora logo correspondeu abençoando com o carinho de uma Mãe. Lindo, não é?
Este é um tempo de graça que Deus vos concede através da Minha presença… Em contraste com «os tempos da ignorância» (Act 17,30), vivemos agora os tempos apropriados, em que a Palavra de Deus é anunciada (cf. Ti 1,3) e em que somos abençoados por Nossa Senhora, Ela própria a serva da Palavra.
Este tempo de graça, dado por Deus, traz exigências: é preciso reconhecê-lo como tempo de salvação e aproveitá-lo através de uma conduta sábia. De contrário, o homem atrai sobre si mesmo o juízo de Deus. «Qual será o fim daqueles que não obedecem ao Evangelho de Deus? Se o justo a custo será salvo, o que acontecerá ao ímpio e ao pecador?», interroga-se São Pedro (1 Pe 4, 17-18). Por isso, Nossa Senhora nos coloca de sobreaviso… Vós estais longe do Meu Coração.
O que é estar longe do Coração de Maria? Em 29 de Maio de 1930, Nosso Senhor revelou à Irmã Lúcia as ofensas e blasfémias contra o Coração da Mãe: a negação dos dogmas da Imaculada Conceição, da Virgindade e da Maternidade Divina de Nossa Senhora; a atitude dos que favorecem, junto das crianças, a indiferença e o desprezo pela Mãe do Céu, e ainda aqueles que profanam as suas imagens.
Talvez nós que, pelo menos, sempre vamos lendo, quanto mais não seja por curiosidade, as mensagens de Nossa Senhora, não estejamos entre aqueles que objectivamente praticam ofensas tão horrorosas… Porém, estará perto do Coração da Mãe quem o não desagrava, quem não reza diariamente o Terço e o Angelus (ou o Regina Coeli, no Tempo Pascal), quem não renova com frequência a sua consagração a Maria, quem não construiu já em sua casa um pequeno santuário onde se venere uma qualquer imagem de Nossa Senhora?
Já alguma vez na vida fizeste a Devoção dos Cinco Primeiros Sábados Estás perto ou longe do Coração de Maria? A beata Jacinta Marto, uma das videntes de Fátima, com 10 anos ainda por fazer, no seu leito de morte dizia à Lúcia: «Tu cá ficas para dizer que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. O Coração de Jesus quer que, a seu lado, se venere o Coração de Maria».
Maria é sobretudo coração: Coração de Mãe, Mãe que ama! Mulher que ama como Mãe. Lembro-me ainda de quanto me impressionou a homilia de Bento XVI na solenidade da Assunção do seu primeiro ano de pontificado: “(...) porque foi elevada ao Céu em corpo e alma, no Céu temos uma mãe. O Céu está aberto, o Céu tem um coração (...)”.
Foi há dias, na homilia da missa que diariamente o Papa Francisco celebra na Domus Sanctae Marthae… Dizia: «A Igreja não é uma organização; é uma história de amor». Concretamente, o que é a Igreja? É Mãe!». E dirigindo-se às mães presentes, acrescentou: «Há tantas mães nesta missa… se vos dissesse: “A senhora é a gestora da sua casa”, certamente reclamariam dizendo: “Não, eu sou a mãe”». Em Maria, Mãe, a Igreja aprende a sua própria maternidade, aprende a gerar filhos para Deus. E nós, esses filhos gerados na fé da Igreja, filhos de Maria e filhos da Santa Igreja, no Coração de Maria seremos protagonistas desta história de amor que é a vida da própria Igreja.
Nossa Senhora quer que vivamos este tempo de graça que Deus nos dá através da Sua presença. No refúgio do Seu Coração Imaculado e fortalecidos pela Sua poderosa bênção – O tempo de graça é a vida em Cristo!
Padre Armando Duarte
Lisboa