"Queridos filhos, também hoje, o Todo Poderoso me permite estar com vocês e guiá-los no caminho da conversão. Muitos corações fecharam-se à graça e tornaram-se surdos ao meu chamado. Vocês, filhinhos, rezem e lutem contra as tentações e todos os planos malignos que o diabo oferece através do modernismo. Sejam fortes na oração, e com a cruz em suas mãos, rezem para que o mal não se utilize de vocês e não vença em vocês. Eu estou com vocês e rezo por todos. Obrigada por terem atendido ao meu chamado. "
Já no termo da Oitava da Páscoa pus-me a escrever a meditação sugerida pela mensagem de Nossa Senhora dada ao mundo na solenidade da Apresentação do Senhor que este ano celebrámos da quarta-feira da semana anterior à Semana Santa, outrora chamada Semana da Paixão.
A Mãe vive no mundo de Deus, contudo, está sempre atenta ao mundo dos homens, às alegrias e tristezas dos Seus filhos peregrinos da Jerusalém celeste, às circunstâncias que condicionam as suas vidas. Por isso, muitas vezes, tal como aconteceu nesta mensagem, o tempo litúrgico imprime a sua marca naquilo que Nossa Senhora nos diz. Tenha-se, pois, em conta, este desfasamento cronológico entre o tempo que vivíamos quando a mensagem nos foi dada e o dia em que a medito para o papel. Já hoje no Regina Coeli desta manhã, o Santo Padre dizia:«"Cristo ressuscitou!": Esta é a mensagem que a Igreja repete desde o primeiro dia. E, n'Ele, através do Baptismo, também nós ressuscitamos, passamos da morte para a vida, da escravidão do pecado para a liberdade do amor. Esta é a boa notícia que todos nós somos chamados a levar e a anunciar aos outros em qualquer ambiente, animados pelo Espírito Santo. A fé na Ressurreição de Jesus e a esperança que Ele nos trouxe é o dom mais belo que o cristão pode e deve oferecer aos irmãos. Para todos e cada um, portanto, não nos cansemos de repetir: Cristo ressuscitou!».
Vamos à mensagem da Mãe. Fixei-me nestas passagens:
Também hoje, o Todo Poderoso permite-me estar convosco e conduzir-vos pelo caminho da conversão.
Belíssima esta passagem de uma homilia atribuída a São Macário, um monge do Egipto que morreu ainda no século IV: «Tal como uma criança não se pode alimentar a si própria nem cuidar de si mesma, e pode somente olhar para sua mãe, chorando, até que ela seja tocada pela compaixão e trate dela, assim as almas crentes esperam sempre em Cristo e atribuem-Lhe toda a justiça».
Para satisfazer a nossa espera, Nosso Senhor permite que Sua Mãe Santíssima venha ao encontro dos Seus filhos, que Ele próprio Lhe deu junto à Cruz. E aí a temos nós, «tocada pela compaixão» para nos conduzir pelo caminho da conversão. Caminho difícil, ou melhor, que nós tornamos difícil por causa da nossa lassidão, moleza negligência e, sobretudo, devido ao nosso egoísmo. Constantemente exortados à imitação de Cristo, «eis que desviamos tudo para nossa própria utilidade, medimos tudo de acordo com a nossa vantagem», como lucidamente constata São Gregório de Nissa, um outro santo monge, contemporâneo de São Macário. Mas Nossa Senhora aí está, disposta a tratar de nós. Deixemo-nos tratar, docilmente, sem batota. Para que a conversão aconteça.
Bem ao seu estilo, na homilia do passado dia 3 de Março, na igreja da Casa de Santa Marta, o Papa Francisco perguntava: «Como te podes converter?» Logo de seguida adiantou a resposta: «Aprendei a fazer o bem, convertei-vos!isto é: «O que tiverdes dentro que não for bom, o que for mau, o que estiver manchado, deve ser purificado». […] «A impureza do coração» não pode ser eliminada como se elimina uma nódoa: vamos à lavandaria e saímos limpos…Remove-se com o “fazer”, com gestos. A conversão é empreender um caminho diverso, outro caminho diverso do mal. E como empreender o caminho do bem? É fácil! Procurai a justiça, socorrei o oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva, como diz o Profeta Isaías, o que para nós significa: ide aonde estão as chagas da humanidade, onde há tanta dor... E assim, fazendo o bem, estareis purificando o vosso coração».
É todo este exigente processo de purificação que Nossa Senhora nos quer ensinar, a fim de não cairmos naquela que é sempre uma terrível tentação: o facilitismo. Não é verdade que muitas vezes nos apetece varrer o lixo para debaixo do tapete? «[…] também nós somos astutos, como os pecadores», observa o Papa Francisco: «encontramos sempre um caminho que não é o justo, a fim de parecermos mais justos do que somos. Este é o caminho da hipocrisia!». Relendo Mt 23, 1-12, aonde Jesus fala dos escribas e dos fariseus, diz o Santo Padre: «Estes espertalhões gostam da vaidade, do orgulho, do poder e do dinheiro. São hipócritas porque fingem que se convertem, mas o seu coração é uma mentira: são mentirosos! Na realidade, o seu coração não pertence ao Senhor; pertence ao pai de todas as mentiras, a satanás. Eis o faz-de-conta da santidade».
Tocada pela compaixão, a nossa Mãe Santíssima, em ordem a uma verdadeira conversão, ensina-nos estas noções básicas de higiene espiritual: a limpeza das nódoas do coração exige o detergente especial das boas obras; e nada de hipocrisia, mentira, faz-de-conta… lixo para debaixo do tapete, nunca! Depois da casa limpa e arrumada, «verás como o Senhor Se aproxima de ti e em ti estabelece a Sua morada (cf Jo 14,23)». São Macário, no sermão que já referi, descreve assim o epílogo da tarefa de Nossa Senhora, isto é, a nossa conversão: «E quando Ele se der conta que O procuras com ardor, manifestar-Se-á a ti e aparecer-te-á, virá em teu socorro, dar-te-á a vitória e livrar-te-á dos teus inimigos. […] Com efeito, Ele tornar-Se-á tudo para ti: paraíso, árvore de vida, pérola preciosa, coroa, arquitecto, agricultor, um ser submetido ao sofrimento mas que não é atingido pelo sofrimento, homem, Deus, vinho, água viva, cordeiro, esposo, combatente, armadura, Cristo “tudo em todos”(1Cor 15,28) ».
Filhinhos, rezem e lutem contra as tentações e todos os planos malignos que o diabo vos oferece através do modernismo.
Nossa Senhora diz-nos que é através do modernismo que satanás tece os seus planos malignos… O modernismo ou movimento modernista, que apareceu nos finais do século XIX e atingiu o seu auge no início do século XX, partiu da verificação de que as formas "tradicionais" das artesplásticas, literatura, organização social e da vida quotidiana se tornaram obsoletas, pelo que deveriam dar lugar a uma nova cultura. A teologia não ficou imune ao modernismo. Teólogos como Alfred Loisy, George Tyrell, Ernesto Buonaiuti, Dimnet e Albert Houtin, com acentuações diferentes, dão expressão a esta corrente na teologia que, fundamentalmente, defende a evolução do dogma e a reinterpretação da religião à luz do pensamento científico do século XIX.
Nos documentos do Magistério o termo modernismo apareceu, pela primeira vez, na encíclica Pascendi Dominici Gregis (1907), do Papa São Pio X. Este Papa usou o termo para designar todos aqueles que defendiam e ensinavam que Deus não pode ser reconhecido por critérios objetivos racionais, mas apenas pelo sentimento subjetivo do homem. Consequentemente, os modernistas defendiam que os dogmas e a verdade religiosa não eram imutáveis, mas volúveis como o homem é mutável e volúvel; Cristo não teria ensinado um corpo de doutrinas válidas para todos os tempos, mas apenas teria dado início a um movimento religioso que devia ser adaptado aos diversos tempos da História.
Na Pascendi Dominici Gregise também em Lamentabili Sane Exitu, também publicado em 1907, São Pio X condenou energicamente o modernismo que considerava “a síntese de todas as heresias”. Em 1910, publicou o “Motu proprio” Sacrorum Antistitum com o juramento anti-modernista, obrigatório para todos os padres, bispos, catequistas e seminaristas. São Pio X começava por denunciar o modernismo clandestino que se continuava a propagar na Igreja através da sua organização, sobretudo com o apoio de sacerdotes imprudentes que abusavam do seu ministério para esse efeito. Recordava as principais proposições condenadas na encíclica.
O "juramento anti-modernista" só foi abolido em 1967, dois anos depois do encerramento do Concílio Vaticano II, pelo Papa Beato Paulo VI. Dentro da Igreja o termo modernismo caiu em desuso, passando a identificar-se com cada um dos erros modernistas: secularismo, laicismo, liberalismo, relativismo, subjectivismo, cientificismo, etc. O termo modernismo passou a ser usado nos círculos católicos tradicionalistas ou mais convervadores, para rotular os católicos mais progressistas ou até o próprio aggiornamento defendido pelo Concílio Vaticano II.
Muito provavelmente, quando fala de modernismo, Nossa Senhora refere-se aos muitos “católicos” que se recusam a reconhecer a existência diabo como "criatura". São geralmente os mesmos que negam que a Bíblia é inerrante quando fala de assuntos de fé, põem em causa a virgindade real de Nossa Senhora “antes, durante e depois do parto”, o acontecimento da Ressurreição de Cristo, a presença real de Cristo na Eucaristia, e tantas outras coisas, acabando por negar tudo aquilo que o catolicismo tem de católico. Note-se que estes erros são difundidos até por gente com responsabilidade na Igreja, criando nos cristãos mais débeis, dúvidas e confusões que abrem caminho a que caiam na tentação do ateísmo, agnotiscismo, relativismo moral e intelectual, do permissivismo, ou num Cristianismo sociológico desprovido de dogmas definidos ou de uma moralidade objectiva. São estes os “católicos” que muitas vezes aparecem na primeira linha do combate pelas chamadas questões fracturantes, instrumentalizados pelo diabo cuja existência negam.
Vêm bem a propósito estes versículos da Carta de São Paulo aos Efésios: «E ninguém vos seduza com palavras vãs, pois são estas coisas que atraem a ira de Deus sobre os rebeldes. Não vos comprometais com eles. Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Comportai-vos como filhos da luz. Ora, o fruto da luz consiste na bondade, na justiça e na verdade» (Ef 5, 6-9).
Em entrevista à Agência Zenit, na edição de língua portuguesa do passado dia 10 de Abril, o Padre Pedro Barrajon, um dos organizadores do X curso “Exorcismo e Oração de Libertação” que se realizará em Roma, de 13 a 18 de Abril, no Ateneu Regina Apostolorum, à pergunta: “Porque é que durante muitos anos, até mesmo dentro da própria Igreja, o diabo foi quase esquecido?”, respondeu assim: “Talvez por causa da racionalização da teologia: não se falava do que não se entendia e do que parecia não ser científico; os exorcismos de Jesus relatados no Evangelho foram transformados em doenças psicológicas e para a sua cura milagrosa descobriram-se causas científicas. O ambiente era este e, em 1972, quando Paulo VI disse: “Parece que por alguma brecha o demónio entrou no templo de Deus”, a afirmação correu o mundo, porque nessa altura já ninguém falava do diabo. Hoje em dia, o Papa Francisco fala muitas vezes e ninguém se assusta, mas em 1972 era diferente.
O mesmo sacerdote, na mesma entrevista, recorda que não devemos ter medo do demónio, porque Deus é mais forte; “o demónio não é um Deus do mal, é uma criatura limitada”. É, porém, mais poderoso e astuto que qualquer de nós, pelo que devemos acreditar e não menosprezar a sua acção. Naturalmente, não devemos criar situações que favoreçam a sua diabólica acção, como a prática da magia, a bruxaria e a adivinhação, o espiritismo, o reiki e os exercícios de meditação transcendental. Diz quem sabe, que noventa por cento dos casos de possessão se dão em pessoas que vão a bruxos e, invocando o demónio, desejam um mal a uma outra pessoa.
Quando fala em modernismo, Nossa Senhora insurge-se naturalmente contra a atitude modernista que nega a existência do diabo, menospreza ou atrai a sua acção, o que só serve os seus “planos malignos”. A Mãe quer também pôr-nos de sobreaviso relativamente ao modernismo das modernices dos que dizem:“Não importa se estas novidades são ou não contrárias à fé, o que importa é modernizar a Igreja, pois, já estamos no século XXI”. Parece que o aggiornamento de algumas comunidades passa por perguntar aos de fora aquilo que é preciso mudar para que a Igreja surja mais atraente aos olhos do mundo.
O Papa Emérito Bento XVI, na sua viagem à Alemanha em Novembro de 2011, visitou o antigo convento dos Agostinhos em Erfurt, onde viveu Martinho Lutero (1483-1546) antes de promover a reforma que o levou à separação de Roma. Num importante discurso, pediu a união dos cristãos face à “secularização”, uma manifestação do modernismo onde o diabo se sente muito à vontade… Aos cristãos, indicou Bento XVI, compete enfrentar conjuntamente o “contexto do mundo secularizado” e a “ausência de Deus” nesta sociedade, sem pretender “ser modernos adulterando a fé”. «Naturalmente – alertou o Papa - a fé tem de ser novamente pensada e, sobretudo, vivida hoje de um modo novo, para que se torne algo que pertença ao presente, mas para isso não ajuda a sua adulteração». E referiu que não são as «tácticas» que podem «salvar o cristianismo», mas sim «uma fé pensada e vivida de modo novo, mediante a qual Cristo, e com Ele o Deus vivo, entre no mundo».
Com toda a razão nos previne o Papa São Gregório Magno, doutor da Igreja, que foi para a Casa do Pai no ano 604, comentando a parábola do fariseu e do publicano (Lc 18, 9 – 14): «Todas as outras precauções são portanto inúteis, quando em nós se mantém uma abertura por onde o inimigo pode entrar. […] Este fariseu tinha vencido a gula pela abstinência; tinha superado a avareza pela generosidade. […] Mas quantos trabalhos conducentes a essa vitória não foram aniquilados por um só vício, pela brecha de um só erro!».
Sejam fortes na oração e com a cruz nas vossas mãos rezem para que o demónio não vos utilize e não vença em vós.
A meditação já vai longa, mas ainda assim gostaria de partilhar convosco uma breve reflexão sobre esta maternal recomendação de Nossa Senhora: rezai para que o diabo não vos instrumentalize e vença, sugerindo que tenhamos a Cruz em nossas mãos. Imediatamente me veio à memória uma passagem do comentário de Teodoro de Mopsuesto, um bispo que morreu já no século V, ao Evangelho de São João: «O Senhor Jesus diz: “Que a Cruz não vos assuste e não vos faça duvidar das palavras que vos digo.» A serpente erguida por Moisés no deserto era eficaz pelo poder d’Aquele que ordenou que fosse levantada. […] É assim que o Senhor carrega o destino dos homens e sofre as dores da Cruz mas, graças ao poder que tem, torna dignos da vida eterna aqueles que n’Ele acreditam. No tempo de Moisés, a serpente de bronze, sem ter vida, graças ao poder de Outrem, livrava da morte aqueles que morreriam com as mordidelas venenosas se não olhassem para ela. Da mesma forma Jesus, apesar da Sua aparência mortal e dos Seus sofrimentos, dá a vida aos que creem n’Ele, graças ao poder que tem».
A expressão “fulano tal foge, como o diabo da Cruz", é a mais pura verdade. O demónio tem pavor da Cruz de Cristo, pois é o sinal escolhido por Ele para nos salvar. Há centenas de exemplos nas histórias de nossos santos mostrando o poder do sinal da cruz, e, bem assim, a utilização do crucifixo, não como amuleto ou objecto de adorno, mas como expressão da fé. Recordemos, para nossa edificação, o que se passou com São Bento e com o nosso Santo António de Lisboa. Alguns malvados, querendo matar São Bento, apresentaram-lhe para ele beber, uma taça de vinho envenenado.O santo fez o sinal da cruz sobre a taça, e esta quebrou-se, e o vinho mortífero espalhou-se por terra. Famoso é também aquele milagre de Santo António, ainda menino, quando servia como acólito na Sé de Lisboa: um dia, indo para o coro, o diabo manifestou-se através de um terrível desejo e ele, confiadamente, fez devotamente o sinal da Cruz na parede. A tentação desapareceu e a Cruz ainda hoje se pode ver tal como o santo a gravou com o dedo na parede de pedra.
A Cruz liberta-nos do poder do mal como nos diz São Paulo: «Ele livrou-nos do poder das trevas e transferiu-nos para o Reino de Seu Filho muito amado, no qual temos a Redenção e a Remissão dos pecados (Col 1,13). Com a Cruz na mão, afirmamos a nossa pertença ao Senhor e a recusa de qualquer submissão ao maligno: «Com os olhos fixos em Jesus, autor e consumador da fé, o Qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a Cruz, desprezando a ignomínia, e está agora sentado à direita do trono de Deus» (Hb 12,2), ou seja, não somente o Senhor Jesus saiu vitorioso, como nós também podemos alcançar vitória através da Cruz. Unidos a Jesus, apesar da nossa debilidade, nada temos a recear: “Eu e Cristo, maioria absoluta”, dizem aqueles que fizeram o Curso de Cristandade, segurando o crucifixo que habitualmente trazem consigo.
Isto ensinava o Papa emérito Bento XVI na Catequese de 29 de Outubro de 2008, sobre o mistério da Cruz nos escritos do Apóstolo Paulo: «A Cruz revela “o poder de Deus” (cf. 1 Cor 1, 24), que é diferente do poder humano; com efeito, revela o Seu amor: “O que é considerado como loucura de Deus é mais sábio que os homens, e o que é tido como debilidade de Deus é mais forte que os homens” (Ibid., v. 25). A séculos de distância de Paulo, nós vemos que na História venceu a Cruz e não a sabedoria que se opõe à Cruz. O Crucifixo é sabedoria, porque manifesta verdadeiramente quem é Deus, ou seja, poder de amor que chega até à Cruz para salvar o homem. Deus serve-se de modos e de instrumentos que para nós, à primeira vista, parecem desadequados. O Crucifixo releva, por um lado, a debilidade do homem e, por outro, o verdadeiro poder de Deus, ou seja, a gratuidade do amor: precisamente esta total gratuidade do amor é a verdadeira sabedoria. São Paulo fez esta experiência até na sua carne, e disto dá-nos testemunho em várias fases do seu percurso espiritual, que se tornaram pontos de referência específicos para cada discípulo de Jesus: “Ele disse-me: basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que a Minha força se revela plenamente” (2 Cor 12, 9); e ainda, “Deus escolheu o que é fraco, segundo o mundo, para confundir o que é forte” (1 Cor 1, 27)».
Termino com esta citação do Catecismo da Igreja Católica: «O advento do Reino de Deus é a derrota do reino de Satanás: “Se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demónios, então o Reino de Deus já chegou a vós” (Mt 12,28). Os exorcismos de Jesus libertam homens do domínio dos demónios. Antecipam a grande vitória de Jesus sobre “o príncipe deste mundo”. Pela Cruz de Cristo o Reino de Deus será definitivamente estabelecido: “Regnavit a ligno Deus – Deus reinou do alto do madeiro”» (n. 550).
Rezemos, já que estamos no Tempo Pascal, o Regina Coeli. Exorta-nos o Papa Francisco:«Nesta oração marcada pelo Aleluia, voltemo-nos para Maria convidando-A a alegrar-Se, porque Aquele que Ela carregou em Seu ventre, ressuscitou como havia prometido, e confiemo-nos à Sua intercessão. Na verdade, a nossa alegria é um reflexo da alegria de Maria, porque Ela custodiou e custodia com fé os acontecimentos de Jesus. Recitemos esta oração com a emoção dos filhos que estão felizes porque a mãe está feliz».
V. Rainha do Céu, alegrai-vos, Aleluia!
R. Porque Aquele que merecestes trazer em Vosso ventre, Aleluia!
V. Ressuscitou como disse, Aleluia!
R. Rogai por nós a Deus, Aleluia!
V. Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria, Aleluia!
R. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, Aleluia!
Oremos:
Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do vosso Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, concedei-nos, Vos suplicamos, a graça de alcançarmos pela protecção da Virgem Maria, Sua Mãe, a glória da vida eterna. Pelo mesmo Cristo Nosso Senhor. Amen.
Cónego Armando Duarte
Lisboa, Vigília do Domingo da Misericórdia de 2015