"Queridos filhos. Também hoje vos convido à oração. O pecado atrai-vos para as coisas terrenas e Eu vim para vos conduzir à santidade e para as coisas de Deus; mas vós lutais e gastais as vossas energias no combate entre o bem e o mal que existem dentro de vós. Por isso, filhinhos, rezai, rezai, rezai para que a oração se transforme em alegria; e a vossa vida tornar-se-á um caminho simples em direcção a Deus. Obrigada por terdes respondido ao Meu apelo."
Comentário da Mensagem
MEDITAÇÃO DA MENSAGEM DE 25 DE FEVEREIRO 2013
«Mas vós lutais e gastais as vossas energias no combate entre o bem e o mal que existem dentro de vós». «Queremos fazer a nossa vontade ou seguir Deus? Satisfazer o interesse individual ou alcançar o que realmente é bem?», perguntava-se o Bento XVI no Domingo I da Quaresma. Estamos sempre diante desta encruzilhada…
Somos templos de Deus, a vida, a verdade, a fonte da alegria e da paz habitam em nós. Porquê, então procurar a felicidade fora de nós? Hoje em dia toda a gente anda stressada… os que trabalham e os que estudam, os reformados e os que estão desempregados, todos stressados! Porquê? A razão não estará nesta luta que travamos contra Deus? Nesta luta entre Aquele que nos habita e o diabo que nos seduz?
Deus a querer que nos abandonemos confiadamente a Ele, e nós a querer instrumentalizá-l’O na realização dos nossos projectos pessoais; Deus sempre a dizer-nos “sem Mim nada podeis fazer”, e nós com a pretensão de tudo fazer apoiados unicamente nas nossas forças; Deus a querer ser o primeiro na nossa vida, e nós a remetê-l´O para trás, para trás da família, do trabalho, da diversão; Deus a fazer-nos ver que só salva a vida quem a perde, e nós a agarrarmo-nos sofregamente a esta vidinha como se estivesse na nossa mão acrescentar-lhe um minuto que seja. Que combate este! Nele gastamos as nossas energias.
No 1º Domingo da Quaresma escutamos o episódio das tentações, no início da vida pública de Jesus. O diabo tenta desviá-l’O do caminho da fidelidade ao Pai que passa, diga-se, por coisas incompreensíveis para uma mentalidade mundana: o esvaziamento da Sua glória, a debilidade, a humilhação, a Cruz. O diabo quer facilitar-Lhe a vida… propõe-Lhe a fuga da popularidade fácil, a fuga do poder e a fuga ou o atalho do triunfo espectacular, da instrumentalização da fé e da religião para alcançar vantagens pessoais. Como observava Bento XVI no Ângelus do Domingo I da Quaresma, «O tentador é astuto: não nos empurra pelo caminho do mal, antes pretende iludir-nos com um falso bem, fazendo crer que as verdadeiras realidades são o poder e aquilo que satisfaz as necessidades materiais. Dessa forma, Deus torna-se secundário, reduz-se a um meio, torna-se definitivamente irreal, não interessa mais, dilui-Se».
Sejamos realistas: Nesta nossa condição de peregrinos as tentações são inevitáveis… e necessárias! Santo Agostinho diz: «Ninguém pode receber a coroa se não tiver vencido, ninguém pode vencer se não combater, e ninguém pode combater senão tiver inimigos (…) Na verdade, Cristo foi tentado pelo demónio (…) para nos ensinar a vencer a tentação».
A arma eficaz é a comunhão de Vida com Ele, que saiu vencedor. Filhinhos rezai, rezai, rezai! A Mãe, na Sua solicitude maternal aponta-nos a arma eficaz para este combate. Bento XVI, na Mensagem para a Quaresma deste ano, escreve: «A existência cristã consiste num contínuo subir ao monte do encontro com Deus e depois voltar a descer, trazendo o amor e a força que daí derivam, para servir os nossos irmãos e irmãs com o próprio amor de Deus».
O combate é inevitável e o tentador é astuto. Cai por terra, vencido, quem tiver a pretensão de o travar apoiado nas suas próprias forças. Subindo o monte do encontro com Deus, Cristo vencerá em nós e a vossa vida tornar-se-á um caminho simples em direcção a Deus. É promessa da Mãe!
Padre Armando Duarte
Lisboa
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