Mensagem de 25 de junho de 2013



Queridos filhos, com alegria no coração, amo-vos a todos e convido-vos a aproximarem-se do meu Imaculado Coração, para que Eu vos possa aproximar ainda mais do meu Filho Jesus e para que Ele possa dar-vos a Sua paz e o Seu amor que são alimento para cada um de vós. Abri-vos, filhinhos, à oração, abri-vos ao meu amor. Eu sou a vossa Mãe e não posso deixar-vos sozinhos a deambular e no pecado. Vós sois chamados, filhinhos, a serdes meus filhos, meus amados filhos, a fim de que Eu vos possa apresentar todos ao meu Filho. Obrigada por terdes acolhido o meu apelo.


Comentário da Mensagem

Meditação da mensagem do dia 25 de Junho de 2013

 

No dia 25 de Junho estava na Terra Santa a acompanhar um grupo de peregrinos. Por graça de Deus, tenho tido muitas vezes esta oportunidade. Pouco dado às novas tecnologias, só ontem, após o meu regresso, tive acesso à Mensagem do 32º aniversário das Aparições da Gospa, em Medjugorge, a do mês de Junho, o mês dos Corações de Jesus e de Maria.«Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo recordamos e vivemos os mistérios da salvação»… Nossa Senhora, na glória, não está sujeita a estes ritmos nem a estas vicissitudes próprias de quem vive no tempo. Porém, por nossa causa, partilha-os connosco, ainda peregrinos. Se estivermos atentos, as Suas Mensagens, de algum modo, têm em conta o Ano Litúrgico. No mês da «Festa do Amor», como chamou o Papa Francisco à solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Mãe dirige-nos palavras cheias de ternura.

 

«Eu sou a vossa Mãe e não posso deixar-vos sozinhos a deambular e no pecado».

«”À vossa protecção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus!” Não desprezeis as nossas súplicas que a vós elevamos, nós que estamos em provação! (…) Ó, Coração Imaculado! Ajudai-nos a vencer a ameaça do mal que tão facilmente se enraíza nos corações dos homens de hoje e que, nos seus efeitos incomensuráveis, pesa já sobre a nossa época e parece fechar os caminhos do futuro! Ajudai-nos com a força do Espírito Santo a vencer todos os pecados: o pecado do homem  e o "pecado do mundo", enfim, o pecado em todas as suas manifestações. Que se revele, uma vez mais, na história do mundo a infinita potência salvífica da Redenção: a força infinita do Amor Misericordioso!   Que ele detenha o mal! Que ele transforme as consciências! Que se manifeste para todos, no Vosso Coração Imaculado, a luz da Esperança!»

 

Para não ficarmos sós, à mercê do pecado, Nossa Senhora pediu à Irmã Lúcia a Consagração do Mundo ao Seu Imaculado Coração, acto que teve lugar na Praça de São Pedro, no Vaticano, a 25 de Março de 1984, Ano Jubilar da nossa Redenção. Para esse efeito, o Papa João Paulo II pediu a presença da imagem de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições. Diante da imagem, à hora do Angelus, o Papa repetiu o Acto de Entrega que havia feito em Fátima a 13 de Maio de 1982, do qual recordámos um pequeno excerto.

 

De novo, Nossa Senhora manifesta a Sua solicitude maternal de não nos deixar sozinhos entregues aos nossos pecados e paixões. «Voltemo-nos para a Virgem Maria – exortava o Papa Francisco, recentemente, no Angelus do Domingo a seguir à solenidade do Sagrado Coração de Jesus e da Memória do Imaculado Coração de Maria – o Seu Coração Imaculado, coração de Mãe, vivenciou ao máximo a “compaixão” de Deus, especialmente na hora da Paixão e da Morte de Jesus».

 

«Vós estais longe do meu Coração», dizia Nossa Senhora na mensagem de Abril.  Mas não desiste de nós:«Amo-vos a todos e convido-vos a aproximarem-se do meu Imaculado Coração».

«Depois, desceu com eles e foi para Nazaré; e era-lhes submisso. A Sua Mãe conservava todas estas coisas no Seu coração» (Lc 2, 51) Este relato bíblico ressoa naquele impulso do coração da Mãe que, diante do vinho que acabou, se compadece e intercede pelos noivos de Caná (cf. Jo 2, 1-11) e, ainda mais, na presença de Maria de pé junto à Cruz (cf. 19, 25-27). O Evangelho revela-nos esta perfeita sintonia dos Corações do Filho e da Mãe, do Imaculado Coração de Maria com o Sagrado Coração de Jesus.

 

«Deus, que é o próprio Amor, o próprio fogo, veio à Terra para atear em todos os homens esta chama divina; mas a nenhum coração inflamou como o de Sua Mãe, que, sendo completamente pura de afectos terrenos, estava perfeitamente disposta a arder neste fogo bem-aventurado. A alma de Maria tornou-se, pois, toda fogo e chamas… Quando Ela levava o Menino Jesus ao colo, bem se podia dizer que era um fogo levando outro fogo!», dizia Santo Afonso Maria de Ligório.

 

«Convido-vos a aproximarem-se do meu Imaculado Coração, para que Eu vos possa aproximar ainda mais do meu Filho Jesus e para que Ele possa dar-vos a Sua paz e o Seu amor».

O Coração de Jesus é a revelação do Amor de Deus, por isso, para entrar no mistério de Deus há um caminho fácil: entrar no Coração aberto de Jesus!  «A entrada é acessível: Cristo é a porta», ensina Santo Agostinho. «Para cada um de nós a porta foi aberta quando o lado de Jesus foi trespassado pela lança... agora é só entrar». Mas a lança que trespassou o lado de Jesus, trespassou o coração da Mãe, cumprindo-se a profecia de Simeão. Não admira que Nossa Senhora nos proponha que entremos no Coração de Jesus, através da ferida aberta no Seu próprio Coração. Maria é aquela que melhor conhece o mistério da misericórdia divina, Ela sabe bem que Jesus compreende as nossas debilidades, por isso quer que nos aproximemos de Jesus, que recorramos a Ele e n’Ele encontremos um refúgio tranquilo e seguro, que nos faça experimentar a verdadeira Paz… “Permanecei em Mim... Permanecei no Meu amor” (cf. Jo, 15, 4 e 9), num abandono à ternura de Jesus.

 

Nossa Senhora viveu de forma perfeita este abandono à vontade de Deus, amando e deixando-Se amar, como Filha predilecta de Deus Pai, Esposa do Espírito Santo e Mãe de Deus Filho. A “Sua religião” foi viver sem qualquer reserva este acto de abandono confiante ao amor de Deus.  

 

Na homilia da «Festa do Amor», o Papa Francisco perguntava: «Mas como podemos restituir ao Senhor tantas coisas bonitas, tanto amor, esta proximidade e ternura?». Amando-O, tornando-nos próximos d’Ele, ternos para com Ele…  Isto é verdade, mas não é o mais importante. Pode parecer uma heresia mas é a maior das verdades… mais difícil do que amar a Deus é deixar-nos amar por Ele! Abrir-Lhe o coração e deixar que Ele nos ame. Deixar que Ele se aproxime de nós, senti-l’O próximo. Deixá-l’O ser terno e nos acaricie. Isto – concluiu - é muito difícil: deixarmo-nos amar por Ele! Peçamos-Lhe hoje na Missa: Senhor, quero amar-Te mas ensina-me a difícil ciência, o hábito difícil de me deixar amar por Ti, de me sentir próximo de Ti e de experimentar a Tua ternura».

 

Contemplar o Coração de Maria é focarmo-nos no mais importante, na maior das verdades, é aprender a difícil ciência de nos deixarmos amar por Deus. Nossa Senhora quer que nos aproximemos do Seu Imaculado Coração, para, por ele, penetrar no Coração de Jesus. Deste modo, o nosso pobre coração se encontra nos Corações de Jesus e de Maria e se funde neles, se torna num coração imaculado!Maria quer dar-nos esta possibilidade de antecipar em nós o triunfo do Seu Imaculado Coração.

 

 

Cónego Armando Duarte

Lisboa, 28/06/2013


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