Mensagem de 25 de janeiro de 2014



Queridos filhos. Rezem, rezem, rezem, para que o brilho da vossa oração tenha influência sobre aqueles que encontram. Coloquem nas vossas famílias a Sagrada Escritura num local visível e leiam-na, de modo a que as palavras de paz possam começar a fluir nos vossos corações. Rezo convosco e por vós, meus filhos, para que dia após dia consigam tornar-se ainda mais abertos à vontade de Deus. Obrigada por terem respondido ao meu chamamento.  


Comentário da Mensagem

Rezem, rezem, rezem, para que o brilho da vossa oração tenha influência sobre aqueles que encontram.

 

Nossa Senhora – lá terá as suas razões – repete o que havia dito na mensagem de dezembro: «Vós, filhinhos, rezai, rezai, rezai. O fruto da oração ver-se-á no rosto das pessoas que se decidiram por Deus e pelo Seu Reino».

 

No comentário que então fiz, dei como exemplo deste fruto da oração que transparece na vida de quem reza, o Papa Francisco. Na homília do passado dia 27 de Janeiro, em Santa Marta, o Papa fez-me perceber quão mundanizado está o meu olhar… Não foi a mim, claro, mas enviou uma indirectazinha ao mundo da comunicação sempre mais atento ao “barulho de uma árvore que cai”, que ao “de uma floresta que cresce". Uma metáfora com a qual o Papa questionou a tendência dos jornais e jornalistas de pegarem no que é mediático, «um bispo que fez tal coisa ou e num sacerdote que fez tal outra coisa», silenciando muitas obras de caridade realizadas por "sacerdotes santos" que dão as suas vidas todos os dias e em silêncio: «tantos sacerdotes, tantos padres em tantas paróquias da cidade e do campo, tanta caridade que praticam, tanto trabalho que realizam para o melhor bem do seu povo»…«Ah, não! Isso não é notícia», concluiu o Papa. São muitos os fiéis, homens e mulheres, jovens e menos jovens, transformados pela oração.

 

Juliana de Norwich, uma mística inglesa dos séculos XIV-XV, que já citámos nestes comentários mais de uma vez, diz da oração: «A oração une a alma a Deus. Mesmo que a nossa alma, pela sua natureza, se assemelhe sempre a Deus, restaurada que foi pela graça, de facto ela é-Lhe muitas vezes dissemelhante por causa do pecado. A oração testemunha então que a alma deveria querer o que Deus quer; reconforta a consciência; torna-nos aptos a receber a graça. Deus ensina-nos, assim, a rezar com uma confiança firme de que receberemos aquilo que pedimos em oração; porque Ele olha-nos com amor e quer associar-nos à Sua vontade e às Suas ações benfazejas».

 

O Papa Francisco, na Catequese do passado dia 30 de Janeiro, dizia: «Quando acolhemos o Espírito Santo no nosso coração e O deixamos agir – essa é uma graça que se obtém pela oração – o próprio Cristo se torna presente em nós e toma forma na nossa vida; através de nós, será Ele o próprio Cristo a rezar, a perdoar, a infundir esperança e consolação, a servir os irmãos, a fazer-se próximo dos necessitados e dos pequeninos, a criar comunhão, a semear paz. Pensem em quão importante é isto: por meio do Espírito Santo, o próprio Cristo realiza todas estas coisas em nós e por nós».

 

Coloquem nas vossas famílias a Sagrada Escritura num local visível e leiam-na, de modo a que as palavras de paz possam começar a fluir nos vossos corações.

 

Eis um dos elementos estruturantes da mensagem de Medjugorje: a leitura da Bíblia em família. Nada mais actual e necessário. No nº 174 da Evangelii Gaudium, o Papa Francisco recorda que toda a evangelização está alicerçada na Palavra escutada, meditada, vivida, celebrada e testemunhada. A Sagrada Escritura é fonte da evangelização. Por isso, é preciso, continuamente, pormo-nos à escuta da Palavra. A Igreja não evangeliza, se não se deixa continuamente evangelizar. […] A Palavra de Deus alimenta e reforça interiormente os cristãos e torna-os capazes de um autêntico testemunho evangélico na vida diária». Assim deve ser também na família, a “Igreja doméstica”. Na Exortação Apostólica Verbum Domini, o Papa Emérito Bento XVI, explicita-o bem: «Do grande mistério nupcial deriva uma imprescindível responsabilidade dos pais em relação aos seus filhos. De facto, pertence à autêntica paternidade e maternidade a comunicação e o testemunho do sentido da vida em Cristo: através da fidelidade e unidade da vida familiar, os esposos são para os seus filhos, os primeiros anunciadores da Palavra de Deus. A comunidade eclesial deve sustentá-los e ajudá-los a desenvolverem a oração em família, a escuta da Palavra, o conhecimento da Bíblia. Por isso, o Sínodo deseja que cada casa tenha a sua Bíblia e a conserve em lugar digno para poder lê-la e utilizá-la na oração. […] O Sínodo recomendou também a formação de pequenas comunidades entre famílias, onde se cultive a oração e a meditação em comum de trechos apropriados da Sagrada Escritura. Os esposos lembrem-se de que «a Palavra de Deus é um amparo precioso inclusive nas dificuldades da vida conjugal e familiar» (VD, 85). Voltando ao Papa Francisco: «Nós não procuramos Deus tateando, nem precisamos de esperar que Ele nos dirija a palavra, porque realmente Deus falou, já não é o grande desconhecido, mas mostrou-Se a Si mesmo. Acolhamos o tesouro sublime da Palavra revelada!» (EG, 175).

 

Rezo convosco e por vós, meus filhos, para que dia após dia consigam tornar-se ainda mais abertos à vontade de Deus.

 

Maria, a Serva da Palavra. Quem melhor do que Ela nos pode ensinar a ser instrumentos de Deus, a querer o que Ele quer, a fazer em tudo a Sua vontade? Viver nesta atitude, é bom para nós… a nossa felicidade está em ser a argila na mão do Oleiro. Mas é bom também para os nossos irmãos: como a nossa salvação esteve suspensa do “sim” de Maria, também o nosso “sim” pode apressar a realização do projecto de Deus, fonte de felicidade para todos.

 

Servir o Senhor traz alegria ao coração e paz à nossa alma. Maria exprime-o bem no Magnificat: "Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador" (Lc 1, 46-47). É algo inexplicável, mas quem faz a experiência do serviço de Deus, sabe que assim é. Não quer outra coisa! Além disso é interessante: enquanto cuidamos das coisas do Senhor, Ele cuida das nossas. Não é moeda de troca, mas o serviço fiel a Deus, realça ainda mais a fidelidade de Deus para connosco.

 

Servir com alegria, com o coração, procurando gratuitamente fazer a vontade de Deus, eis a melhor forma de manifestar a nossa gratidão Àquele que, na Pessoa de Jesus, veio para servir e não para ser servido.Belíssima esta síntese daquilo que o Senhor fez por nós, do Beato Jan van Ruysbroeck (1293-1381): «Penou e combateu contra o nosso inimigo como valoroso campeão e assim lhe anulou a devastação (Sl 80,14) e lhe arrebatou o prémio da vitória (Is 40,10)». O prémio da Sua vitória no-lo dá por inteiro através de inúmeras graças que copiosamente derrama sobre nós. Continua Jan van Ruysbroeck: «Com a sua morte destruiu a nossa morte, resgatou-nos com o seu sangue e libertou-nos, no baptismo, pela água do seu lado (Jo 19,34). Pelos seus dons e pelos sacramentos que nos deixou, fez-nos ricos (2Cor 8,9) a fim de que, ornados de todas as formas de virtude, saíssemos ao seu encontro, como nos diz no Evangelho (Mt 25,6) e O encontrássemos no palácio da sua glória para aí estarmos com Ele eternamente». Na verdade, por Ele nos vêm em cada dia, a todo o tempo, uma chuva de bênçãos. Que seria de nós se Deus retirasse a Sua mão de cima das nossas cabeças?

 

Servir gratuitamente nestes tempos em que tudo se paga, obedecer com fidelidade nestes tempos em que toda a gente quer fazer a sua vontade, colocarmo-nos confiada e humildemente nas mãos de Deus nestes tempos em que todos desconfiam de todos e de tudo, é, sem dúvida, uma aprendizagem difícil. Mas Maria é a Mestra! E Ela própria nos garante que reza por nós e connosco… O sucesso escolar, nesta matéria – por sinal a matéria decisiva, tendo em vista o presente e o futuro – está garantido!

 

Cónego Armando Duarte

Lisboa, Festa da Apresentação do Senhor de 2014


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