25/08/2015 :: Papa no Angelus: “Quem é Jesus para mim?”
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Hoje conclui-se a leitura do sexto capítulo do Evangelho de João, com o discurso sobre o "Pão da Vida", pronunciado por Jesus no dia seguinte do milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. No final do discurso, o grande entusiasmo do dia anterior se apagou, porque Jesus tinha dito ser o Pão que desceu do céu, e que ele iria dar a sua carne como alimento e seu sangue como bebida, aludindo claramente ao sacrifício da sua própria vida. Estas palavras provocaram decepção no povo, que as julgou indignas para um Messias, palavras não "vencedoras". Assim, alguns observavam Jesus como um Messias que devia falar e agir de modo que a sua missão tivesse sucesso, de imediato. Mas precisamente sobre isso eles se enganavam: no modo de entender a missão do Messias! Até mesmo os discípulos não conseguem aceitar aquela linguagem inquietadora do Mestre. E a passagem de hoje refere-se a esse desconforto: " Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir?"(Jo 6,60)”.
Na verdade, eles tinham entendido bem o discurso de Jesus, tão bem que não queriam escutá-lo, porque é um discurso que põe em crise a sua mentalidade. As palavras de Jesus sempre nos colocam em crise, por exemplo diante do espírito do mundo, do mundanismo. Mas Jesus oferece a chave para superar as dificuldades, uma chave composta de três elementos. Primeiro, a sua origem divina: Ele desceu do céu e subirá "para onde estava antes" (62 v.). Segundo: as suas palavras só podem ser compreendidas através da “ação do Espírito Santo”, Aquele "que dá a vida" (v. 63). É precisamente o Espírito Santo que nos faz compreender bem Jesus. Terceiro: a verdadeira causa da incompreensão das suas palavras é a falta de fé: "Entre vocês há alguns que não acreditam" (v 64), disse Jesus. De fato, desde então, diz o Evangelho: "muitos dos seus discípulos haviam desistido " (v 66). Perante estas deserções, Jesus não poupa e nem atenua as suas palavras, ao contrário, obriga a fazer uma escolha precisa: ou estar com Ele ou separar-se d´Ele, e diz aos Doze: "Também vós quereis ir embora?" (V. 67 ).
Então, Pedro faz sua confissão de fé em nome dos outros Apóstolos: "Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna" (68 v.). Ele não diz "onde iremos?", mas "a quem iremos?". O problema básico não é ir e deixar a obra iniciada, mas é a quem ir. Daquela interrogação de Pedro, entendemos que a fidelidade a Deus é uma questão de fidelidade a uma pessoa, com a qual se une por caminhar junto na mesma estrada. E esta pessoa é Jesus. Tudo o que temos no mundo não satisfaz a nossa fome de infinito. Precisamos de Jesus, de estar com Ele, de nos alimentar à sua mesa, das suas palavras de vida eterna! Crer em Jesus significa fazer d´Ele o centro, o sentido da nossa vida. Cristo não é um acessório opcional é o "pão vivo", o alimento essencial. Unir-se a Ele, em um verdadeiro relacionamento de fé e amor, não significa ser acorrentado, mas profundamente livre, sempre a caminho.
Cada um de nós pode se perguntar: Quem é Jesus para mim? É um nome, uma ideia, apenas uma figura histórica? Ou é realmente aquela pessoa que me ama, que deu a sua vida por mim e caminha comigo? Para você quem é Jesus? Você está com Jesus? Você tenta conhecê-lo na sua Palavra? Lê o Evangelho, todos os dias uma passagem do Evangelho para conhecer Jesus? Carrega um pequeno Evangelho no bolso, bolsa, para lê-lo em qualquer lugar? Porque quanto mais estamos com Ele, mais cresce o desejo de permanecer com Ele. Agora, peço gentilmente, façamos um momento de silêncio, e cada um de nós em silêncio, em seu coração, se interrogue: "Quem é Jesus para mim?". Em silêncio, cada um responda em seu coração.
Que a Virgem Maria nos ajude a "ir" sempre a Jesus para experimentar a liberdade que Ele nos oferece, e que nos permita limpar nossas escolhas das sujeiras mundanas e dos medos.
Fonte : ZENIT
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